sexta-feira, 9 de agosto de 2013

218. Rotina



Não deixar vidros quebrados
Nem camisas sem botão
Regar as flores
Abrir as janelas
Caminhar todos os dias

Não desviar os olhos
Nem torcer o pé andando distraída
Regar sonhos e esperanças
com brisas frescas das janelas abertas

Não ouvir lamentos
Não emitir lamentos
Não viver lamentos

Não olhar pra trás
Sobretudo não olhar pra baixo 
Olhar sempre pra bem longe
Focar...
A estrela, a flor, a bactéria, a alma
Pra chegar mais perto de entender o infinito
Não olhar em volta
O entorno é retórica, redundância...

- Ainda não me acostumei com seus cabelos brancos
vestindo sua alma de criança.

Não deixar rastros nem pistas
Abandonar vícios
Renascer sempre
Não deixar roupa suja se acumular
Quarar suas roupas brancas

Reencontrar velhos amigos
Dizer o que sente
Refazer laços de fita desfeitos
Limpar os cantos da casa
e atrás das orelhas

Enxugar o umbigo
Enxergar longe
Trocar de óculos
Cuidar da pele e dos dentes
Morder maçãs sonoras
Ouvir novas canções e viver novas histórias
com os ouvidos e a alma bem abertos
Hoje é o meu tempo e será sempre
enquanto eu me sentir viva

Não deixar de abraçar e dizer
Palavras doces, engraçadas ou picantes no ouvido
O dia é feito de emoções e conclusões
A vida é feita de dias...

MDansa


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