235. Entre um abrir e um fechar de olhos

Um dia abrimos os olhos melados

Com dificuldade

e enxergamos a vida

Os olhos são então esponjas

Que tomam posse de espaços

Engolem abstrações, conhecimento novo

Tragam felicidades

Um dia chegamos ao auge da vida

Com a alma crescida e plena

Onde tudo parece aprendido

Onde não há mais nada que se queira
romper ou experimentar
- limitações e fronteiras.

E então acontece....

É hora de retornar ao mundo

O que foi recolhido

Transformar flores em perfumes

Espinhos em guirlandas

Hastes em cercas vivas

Dores e lamentos em música

Devolvendo ao mundo

Alguma coisa que o torne melhor.

Quando começamos a fazer isso

Entendemos o significado da velhice

E aceitamos o que ainda podemos concluir.

MDansa