terça-feira, 30 de abril de 2013

141. Pássaros




Um pássaro voa
desenhando
retoques de paisagens impressionistas
Você vê nos meus olhos
cores borradas
e sorri
seu sorriso mergulha em mim
penetra
completa
me toma
minha alma recebe seu
toque
marcado ritmado
teu compasso me espera
transformando nossos sons
em música em magia
e assim, fazemos nosso voo
como pássaros errantes
e neste instante
meu coração reflete seu sorriso
e me encanto
me apaixono
me abandono
neste céu
Finalmente aprendi a voar.
MDansa

domingo, 28 de abril de 2013

Thirty Seconds To Mars - Up In The Air

I've been up in the air Out of my head Stuck in a moment of emotion I destroyed Is this the end I feel? Up in the air Fucked up on life All of the laws I've broken Loves that I've sacrificed Is this the end? I'll wrap my hands around your neck So tight with love, love A thousand times I tempted fate A thousand times I played this game A thousand times that I have said Today, today, today I've been up in the air Lost in the night I wouldn't trade an eye for your lies You lust for my life Is this the end? You were the love of my life Darkness, the light This is a portrait of a tortured You and I Is this the, is this the, is this the end? I'll wrap my hands around your neck So tight with love, love, love A thousand times I tempted fate A thousand times I played this game A thousand times that I have said Today, today, today A thousand times I tempted fate A thousand times I played this game A thousand times that I have said Today, today, today I've been up in the air Is this the end I feel? Up in the air Chasing a dream so real I've been up in the air (I'll wrap my hands around your neck) Is this the end I feel? Up in the air Chasing a dream, chasing a dream Take no more Take no more Take no more I'll take no more A thousand times I tempted fate (take no more) A thousand times I played this game (take no more) A thousand times that I have said (take no more) Today, today, today Today... I'll wrap my hands around your neck, neck... I'll wrap my hands around your neck So tight with love, love

140. Borboleta

Minha,
um dia ela foi minha.
Naquela noite eu sonhei
que poderia voar.
MDansa

139. O que restou

Aqui não há doçura
não há meiguice
Aqui há sangue, pus, excremento
Recolhimento

Pontos se rompem
cicatrizes se abrem
a carne explode
sujando as paredes de rancores

Aqui há feridas mortas
purgando intenções humorais
fluidos, lágrimas, gozo

Aqui há chagas, males, linfa
brotando da lesão
Infecção

Aqui não resta amor
uma borboleta jaz
na podridão dos esgotos

Aqui há larvas de moscas indóceis
à procura do alimento
Tormento

Aqui há odor de vômito
de sarna corroendo o cerne

Não há espaço pra pássaros
que não sejam abutres

Aqui só há lixo desenterrado
minando chorume
no meu coração
Perdão!

MDansa

138. celular

Leio no celular
que você existe
que não foi só sonho

Vejo seu nome
aparecer como mágica
num espelho do quarto

Sinto que alguma coisa
ainda resta
resiste
à tempestade

Que o amor não é de papel
e a chuva que molha
limpa, refresca, faz voar

pois é....talvez não tenha sido em vão.

MDansa

137. procurando...

Vasculho
sonhos
pensamentos
pesadelos
blogs e livros
histórias mal contadas
à luz da fogueira
lembranças.

Vasculho
lixo, entulho
memórias
submundo
arquivos e pastas
esperanças.

Vasculho
a casa
a cidade
a vaidade
a dignidade

Vasculho
bagulho, bugalho
basculantes
viajantes itinerantes
orgulho
chocalho

Vasculho
copos, garrafas, escadas, palavras
...todos vazios

Busco a poesia
Talvez um dia a gente se encontre.

MDansa

sábado, 27 de abril de 2013

136. Dizer o que?

Dizer o que?

Se tudo que eu digo é nada
palavra
levada pelo vento
folha pétala pólen poesia

Dizer o que?
Falar de você?
Do amor corrompido?
Da dor, do vício?
Da saudade?

Dizer o que?
fingir novos amores
pra ver se você lê
e volta
ou sente saudade
ou curiosidade
ou sofre
um pouco como eu sofro
um pouco como eu louco
poesia devia ser soco...

MDansa

Penélope - Flávia Côrtes

Para entender o gênesis do desencanto
Há de se saber a origem do desejo
E aí, é só percorrer o caminho inverso


É um desfazer
Que começa
Em um não fazer

Um se distancia do outro
Sem perceber
O fio preso
No silêncio

E eu aqui
Hora tecelã
Hora Penélope

Desfaço as horas
Enquanto teço
Versos

Desfaço os versos
Enquanto
Teço horas

E enquanto teço
E enquanto verso
Desfaço-te

http://poetaflaviacortes.wordpress.com/poemas-do-mes/

135. I miss you

Não tenho mais você
Você vai sumindo de mim
Não vem mais como inspiração
Nem como mágoa

Não tenho mais você
Você vai se liquefazendo
Não aparece como dor
movimentando minha mão

Não te escrevo mais
Não te choro mais
Não te bebo

Quando esta sensação vem
Busco-te lá no fundo
Pra não te deixar afogar de vez
Ai vem um ar
Que te enche em meus pulmões
E lembro.....

MDansa

134. Sopa de letrinhas



Página em branco
à espera de letras
sopinha
deliciosas letrinhas
que nos falem
de sabores
de amores
de saudades.... 
MDansa

quinta-feira, 25 de abril de 2013

133. Chuvas

Só o sertanejo sabe o significado da chuva...
Quando vem chegando o inverno
Depois da seca
Da estiagem
Da fome
De todo o sofrimento e incerteza

A chuva que nutre
que floresce
É chuva que tece
esperanças em redes de varandas
em sorrisos nos lábios
em brotos no chão
e trovas e cantigas
e histórias infinitas

O sertão que um dia já foi mar
bebe a água do céu
pra se saciar
E o sertanejo que implorou
com lágrimas
aos santos
Sorri e agradece
chovendo lágrimas de felicidade

M.Dansa

quarta-feira, 24 de abril de 2013

132. Meteoros

No momento há uma lua lá fora
Mas não a vejo
Ontem choveram meteoros
E eu, fechada em mim mesma,
Deixei o espetáculo pra trás
Perdi a luz das estrelas
a visão do insondável mistério
um ar noturno de lua
Ou sei lá o que...
Foi incrível, eu sei
E eu passei em branco
pelo mar de luzes e aromas astrais
que rondavam minha alma
Por um daqueles momentos
Que vou lembrar pra sempre

Mas não, não vou
Não vivi, não acordei
Mergulhei em mim, pirei
Esqueci que  sou nada
Que o mundo tem meteoros
Que passam, rápidos e raros
E que prestar atenção nas dores
É um grande desperdício
MDansa
imagem: http://www.meteleco.com/

131. Remix

Fez pilhagem
De sentimentos

Remixagem
De momentos

Fez grilagem
Dos pensamentos

Viu miragens
Nos sofrimentos

E fez nascer uma nova onda
Uma nova sombra
Um novo aroma
Uma nova dor
Paisagens....

MDansa

130. Introspecção

Não falo
Calo
Não sou capaz de soltar o verbo
De gritar aos quatro ventos
Aos quatro cantos
Não canto
Enquanto
Espero
Penso
Não grito
Não declamo
Não reclamo
Não recito
Ressinto
Vem de dentro
Introspecto
Recolho
Implodo
E morro
de novo
Repleta de emoções.
MDansa

segunda-feira, 22 de abril de 2013

[o sol é grande, caem co'a calma as aves] Sá de Miranda

O sol é grande, caem co’a calma as aves,
do tempo em tal sazão, que sói ser fria;
esta água que d’alto cai acordar-m’-ia
do sono não, mas de cuidados graves.
Ó cousas, todas vãs, todas mudaves,
qual é tal coração qu’em vós confia?
Passam os tempos vai dia trás dia,
incertos muito mais que ao vento as naves.
Eu vira já aqui sombras, vira flores,
vi tantas águas, vi tanta verdura,
as aves todas cantavam d’amores.
Tudo é seco e mudo; e, de mestura,
também mudando-m’eu fiz doutras cores:
e tudo o mais renova, isto é sem cura!
Sá de Miranda (1481-1558)
Obras Completas – volume I
Francisco de Sá de Miranda; texto fixado, notas e prefácio de Rodrigues Lapa
Livraria Sá da Costa Editora

terça-feira, 16 de abril de 2013

Um ano de blog

No dia 11/04/2012 nasceu o blog mar de dansas. No último post (Caixa de Pandora) não me dei conta, mas fazia exatamente um ano de blog. Um ano! Passou rápido e foi um ano intenso. Emocionalmente intenso. Obrigada àqueles que seguem e que leem o que eu escrevo. Obrigada aos que comentam, são poucos rs. Mas eu gosto muito de ver que alguém comentou. Significa que não foi só uma leitura rápida, que fez sentido pra alguém, que despertou um sentimento, um entendimento. Fico feliz! O blog foi feito para pessoas próximas a mim, mas às vezes me surpreendo vendo que alguém da Alemanha,  Estados Unidos ou Rússia leu o blog. Legal isso. Ultimamente tenho percebido que as visualizações estão aumentando. De onde esse povo surge? Como descobrem esse blog escondidinho aqui? Bem... um ano, 165 postagens e mais de 3 mil visualizações. Nada mal.  Voilá. Vamos comemorar !!!!
MDansa

quinta-feira, 11 de abril de 2013

129. Caixa de Pandora



Quis parar de você, como parei de fumar.   
Interrompi o ciclo, fugi do prazer, virei as costas. 
E a cada dia que a vontade batia, 
que sonhava com o gosto e o aroma,
mais sentia que tinha ganhado algo ao perder aquilo. 
Voltei a sentir os cheiros do mundo, 
voltei a sentir o sabor da vida, 
respirei novamente o ar puro
e cada dia era uma vitória mais comemorada, 
uma força descoberta 
e um novo mundo substituía o antigo e degradado sabor. 

Quem dera fosse fácil assim com o amor. 
Nada substituiu o sorriso que perdi, 
nenhuma força,
nenhum novo aroma, 
nenhuma alegria.
Entendi que este é o pior vício e a pior droga. 
Não se esquece, 
se enlouquece de uma síndrome eterna de abstinência, 
das palavras, dos olhares,
das conversas, dos abraços, 
das mensagens, dos segredos, dos carinhos. 
Não tem cura. 
Morre-se todo dia mais um pouco. 
Não tem volta.
Caixa de pandora. 
Olho lá dentro e não resta mais esperança.

MDansa

imagem: http://sobinfluenza.xpg.uol.com.br/o-mito-de-pandora.html

128. Sweet berries

Manhã
Da janela desce um raio
Que ilumina aos poucos
A penumbra do quarto dourado
De lá, da fresta, vejo a paisagem
Intensa verde
mata, pedra, magia
força triunfal

Levanto quase dormindo
Com o dia rompendo
a íris dos meus sonhos.
Ouço sons que são silêncio
E silêncios que são ainda sonhos.
Mergulho suavemente no dia que revive
Como se fosse depois do fim do mundo.
Nada mais existe senão frutas frescas e hortelã

Gotas de resto de orvalho
numa ligeira evaporação matutina
O Sol de novo... o sol
O sol banha o cão que dorme ignorando o tempo
Por uma fração de segundo, trocamos de lugar
E sou feliz

A criança ri e corre
As meninas se encantam
Um cavalo trota com as três fadas no lombo
Elas ainda não sabem disso.

A mesa está pronta
Doces sorrisos são postos
Belas frutas sorriem na mesa
Belo dia!

MDansa
Sana 10/04/2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

127. Mariquinha


É antiga a história de Mariquinha
Do namoro na varanda
No banco da praça
Na janela
E onde mais fosse possível namorar.

É antiga a saga de Mariquinha
Que saiu fugida com seu amor
na calada da noite
pra bem longe
Pra  só amar
Porque mais que isso não valia a pena

É antiga a sina de Mariquinha
Que penou pra sobreviver
Que sofreu pra parir
Que danou-se toda pra não esmorecer

É antiga a dor de Mariquinha
Seu amor murchou
fugiu com outra
Deixou seus seis filhos quase órfãos
Daquele amor morrido
Agora Mariquinha não tem marido

É antigo o desfecho
Mariquinha fez da sua mágoa, ira
Da sua humilhação,  revolta
Fez da sua lágrima, energia
Fez da sua tristeza, amor
E viu seus filhos crescerem belos e fortes

Mariquinha, agora plena
espera por um dia
Em que alguém entre por aquela porta
E ela, toda prosa,
Enfeitada de verso e renda,
Se abra novamente

MDansa