sábado, 10 de agosto de 2013

219. Pedra e pó



Esfacelo a pedra em pó
Como o tempo
Pedra secular que vira terra
Que colore de ocre a mão, o rosto
 e as cavidades que acumulam poeira

Desfaço montanhas de pedra
Sobe poeira até o céu
E sufoca minhas lembranças
das amplas e vastas colinas
De um dia vago
Perdido no meu tempo
Casas de pedras, camadas, lajes sobrepostas
Desenhadas na arquitetura futurista e surreal
Que me lança da montanha ao infinito
Quase lá

Estamos chegando onde eles nos espiam
Indagando das estrelas
Que mundo é este
Que não nos enxerga?
Vendado por egocentrismos, humanocentrismos
Nada existe que não seja sua forma, sua imagem e semelhança
Sua célula, sua própria concepção de vida

Somos realmente únicos
Ou simplesmente cegos?

Despedaço a pedra
E deixo escapar entre os grãos de poeira
A alma de estrelas perdidas
MDansa

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