terça-feira, 28 de maio de 2013

163. Preciso ir

Tenho que ir
Não posso mais ficar
Não posso mais conter
O ímpeto do meu coração

Preciso saber

Que histórias terei pra contar
Antes da minha voz se calar
Desculpe se te faço sofrer
(Meu amor é tão grande!)
Mas preciso partir

Preciso viver
Minha boca precisa da sua permissão
Meus olhos precisam do seu perdão
Não me detenha
Não me faça prisioneira
Não me mate

Preciso caminhar
Existem tantas estradas floridas
(Eu as observo da janela....)
Quero vê-las
sentir o perfume
experimentar as cores
E ver o que me faz vibrar

Preciso entender
São tantos sentimentos
São tantas possibilidades
Por que escolher agora
E morrer até o fim da vida
Sem experimentar?

Preciso ir
Sem olhar pra trás
Talvez apenas pra te encontrar


MDansa

segunda-feira, 27 de maio de 2013

162. Tanto faz


O que te interessa
se eu sofro ou me alegro
se eu me enterro ou me entrego
Se eu sou feliz ou não? 

Que diferença faz
Se eu jorro palavras imorais
Se eu vivo meus infernos astrais
Se eu falo de subversão
Ou iniquidades? 

O que te importa
Se eu não esqueço
Se eu não mereço
Qualquer perdão? 

O que adianta
Saber que você se importa
saber que você ronda
Meus sonhos
E minha poesia? 

Se eu quero você
E você não me quer ....

MDansa

sábado, 25 de maio de 2013

161. O que não ousei sonhar

Durmo no seu colo
Acordo embriagada
Olho nos seus olhos
E vejo um amor que
Não ousei sonhar
Tenho tudo que desejo
Através da sua mão
e coração
Seu corpo me aprisiona
Seus sonhos são meus segredos
E neles me perco
Durmo no seu peito
Depois de um amor-perfeito
Desabrochar na cama
Acordo,  ressaltada
E logo sua mão me acalma:
Dorme, ainda falta tempo
Pra tudo recomeçar


MDansa

160. É possível

É possível
Que eu ainda te encontre
No findar do dia
No tardar da noite
Numa estrela fria

É possível
Que eu compreenda
E aceite uma palavra
Que não é a que eu queria
Sem agonia

É possível
Que veja nos seus olhos
Outro amor
Sem sofrer
É possível...

É possível que eu me livre
Do peso da paixão
Da dor escravidão
Que eu me liberte de você
Pra ter você
De novo perto de mim.

MDansa

159. Ensurdecimento

Inerte
Imerso
Encantado
Entregue
Eu só ouço o silêncio

Explodem bombas
Entoam cantos  trovões
Eu só ouço o silêncio

O vazio absoluto pulsa
Origem do universo
O vazio se transforma em nada ou tudo
O barulho é ensurdecedor
Criador
Mas eu não ligo
Mergulho na quietude
Procuro um ponto na mente
E no coração
E vou fundo
Numa mudez de profundezas oceânicas

Inerte
Submerso
Hipnotizado
Me entrego
Eu só ouço o silêncio


Não preciso de mais nada.

MDansa/ NLuiz

158. Vida editada

Andando a passos largos
pensando nas possibilidades
nos caminhos a percorrer
nas fronteiras do percurso
nos desvios e sinais de trânsito
Voltando aos ponto focais, essenciais
que florescem
no seu coração e no meu

Jorram emoções
e acertos de conta
e amor e verdade
enquanto observo e estranho
o que fiz sem querer
além da consciência
no caos da vida
O que não é mais meu
e ao mesmo tempo é
tão profundamente
quanto possível
pois se refazem os laços invisíveis
que nunca foram rompidos

É só dar foco
mexer no contraste
e no brilho
Aprimorar a linha
elaborar, articular
expressar, realinhar
pra ver que tudo
o que eu queria
sempre esteve lá.

MDansa

157. Ponto cego

Muita história
pra um só dia
Sua luz clara
brilha
e eu entendo
e eu enxergo
e eu me reflito
no seu ponto cego

MDansa

156. Ecstasy


http://ellendenisee.blogspot.com.br/2012/08/sem-plano-algum.html
Corro, corro
às 3h da madrugada
sozinha
calça jeans tênis
no bolso só angústia
e solidão
Estrelas caem
sem me atingir
como meteoros enigmáticos
sem origem e sem destino
bala perdida
Meu coração disparado
amedrontado, fugitivo
galopa ofegante
crinas voando
cintilando a lua
eu tão nua!
Mais um passo
em direção a mim mesma
mais perto, mais perigo
mais medo, mais coragem
É tão tarde!
A noite passa lenta
enquanto eu disparo
e o vento congela minha cara
numa expressão estática
enigmática
Estou indo
já chego
já te vejo
já te encontro
mergulhando em mim mesma
sozinha
na rua vazia.

MDansa



quarta-feira, 22 de maio de 2013

155. Vampiro



Na calada da noite
Sorrateiro e medonho
Circula na minha casa
Um vampiro

Ele vem todo dia
Não vejo quando chega
Apenas percebo sua presença
Na calada da noite


Na madrugada
Um vampiro me sopra no ouvido
Canções de ninar
O vento canta com ele
Quando entra pela janela aberta
E sinto frio...

Um vampiro visita minha casa
Passeia por minhas salas
Revira meu baú
Prova minha comida
Como um rato

Um vampiro me esgota
Leva minhas energias
Aprende minhas línguas
Vandaliza minha poesia
Renova sua força
Na minha força

Suas palavras martelam
Na minha mente
E me sinto fraquejar
Enferrujar
Descascar
Apodrecer
Morrer
De morte súbita
Até que um dia
A eternidade nos separe

MDansa

154. Imago




No casulo
Ovulo
Seu vulto
Anulo
Seu pulso
Admito obtuso
considero absurdo
Catapulto
Seu puto
A minha alma febril!

Mdansa

segunda-feira, 20 de maio de 2013

153. Esquecimento



Não há nada mais destruidor
Que o silêncio
Daquele que exaspera
Que revolta e retalha por dentro

O esquecimento acende
a escuridão da alma
O vazio que gera, invade o coração
e destrói...
e destrói...

MDansa
19/05/2013

152. Tudo azul

(Até aqui - Línox)


Tudo azul é este olhar pela janela
Uma foto que é dela
Emoldurando a manhã pra mim
                                        (Sorri)

Tudo azul é ouvir Línox em Linux
Ritmando o dia
Em bela e lúdica sintonia     
                                      (Chorei)

Tudo azul é aquele anjo na minha varanda
É seu nome na minha garganta
Querendo gritar               
                                     (Sonhei)                                               

MDansa

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Keila Sacavem

Todas as vezes que tentei disfarçar afetos, camuflar dores e fingir sentimentos, numa tentativa de me "fazer de forte", perdi oportunidades, momentos que poderiam ser inesquecíveis e quem sabe, até amores.
Todas as vezes que tentei não ser eu, num ato de autodefesa, com atitudes que não eram minhas, mais perdi do que ganhei, e, só fui ter noção dessa depreciação psíquica, quando percebi que essas atitudes não mudavam nenhum quadro da minha vida, só agravavam meus quesitos confusos, porém, houve um dia em que me vesti de maturidade, me calcei de coragem e me despi de medos, desde então, passei a viver melhor, a me sentir realmente forte e a me amar de verdade.
Hoje tenho certeza que forte é aquele que se encoraja em seus afetos, assume suas dores e não nega seus sentimentos"
(Keila Sacavem)

quinta-feira, 16 de maio de 2013

151. captcha

andei plugada
em nuvens eletrônicas
buscando sentimentos
ajuntamentos, intenções
empatia, identificações

achei alguma coisa
aqui e ai 
identidades, soluções  

me acalmei, pensei
entendi, viajei 
i like it  

comentei seu blog
sua biografia rara 
na sua cara 

estive ausente
mas na hora H 
ceprne instead  
agora...
meu comentário está sujeito
à sua moderação


MDansa

quarta-feira, 15 de maio de 2013

150. Corpo & alma


Vivo num corpo que não é meu
Nestas paredes, trancada
Sofro de uma estranheza
Que me amedronta

Aqui dentro me debato
Procurando respostas
Negando o ser que transparece
Parece...

Minha alma não combina com a imagem de fora
Invólucro desfocado e frágil
Quero romper a casca, carcaça itinerante, limitante
Que uso, testo, empresto ...

E vejo onde isso vai dar

A alma e o corpo conflitam
Os desejos de um atropelam o outro
E nascem daí dores
Enxaquecas, tremores, tumores
E nascem daí amores

Meu corpo veste uma alma fugidia
E suporta toda loucura
Toda tormenta
Toda contradição

Os sinais vitais avisam que é chegada a hora
de procurar redenção
Mas a alma tumultua e insiste em me empurrar
Até o abismo

Ao cair, caio em câmera lenta
Porque minha alma quer contemplar a paisagem.

MDansa

149. Ciclo




Toda vez que passo sob aquelas árvores
Penso em ciclos
Repenso
Reciclo

Meu coração volta a doer....
De dores passadas
Mal resolvidas
Mal vividas
Maltratadas
Encharcadas

É um ciclo que não finda
Aquela árvore floresce novamente

Mdansa