domingo, 17 de julho de 2016

465. no dia da minha morte

















No dia da minha morte
eu fugi
corri por campos de flores de vidro

moscas pousavam em suas pétalas
como se fossem borboletas
/moscas procuram violetas\

no dia da minha quase morte
eu fingi
que as paredes brancas
eram prados
e flores de vidro eram apenas lembranças
e os medos eram esperanças

no dia da minha quase última morte
eu me encolhi
esperando dor
a maior de todas
a que tornaria a vida insuportável

no dia dessa morte
meu corpo retinha ainda o tempo
os músculos falhavam
mas eu quase morta
não sucumbia e a dor passava

MD