Lua
face sua
Minha
outra face nua
Nossa
minha face crua
não estrada
não vias expressas
vias abertas
ferida exposta
Espia
tantas faces tuas
fria
tontass
linhas
Nossas suas
minhas
luas
03/04/2015
MDansa
sexta-feira, 31 de julho de 2015
quarta-feira, 29 de julho de 2015
431. Deslize
E eu te amparei com carinho e força
Sustentei sua cabeça e segurei seus cabelos
Corri pra cuidar da sua dor
E tão de perto lhe encontrei novamente
Violável e atrevida
Dei de cara com suas extravagâncias
A bebida destravou sua boca
e nos permitiu vômitos e beijos
E você arrastou meu desejo
Pra um canto qualquer
Escuro e fétido
Exigiu que ele se revelasse
Como a um demônio submerso
que perfumou o beco sujo
Nossos olhos fechados fizeram jorrar das fontes
águas de colônia
densas perfumadas e imprudentes
Palavras brotaram telepaticamente
porque a boca lacrada engolia sussurros
Gritos graves e roucos de canhão disparado abriram o peito.
Mas não se escutou nada.
Apenas anjos ouviram o chiar do rio e recolheram pistas
Nossos corações galoparam
Nossos corpos tremeram
E eu... sem culpa.... Finalmente... sem remorso
Curado por mergulhos profundos em abismos intermináveis
virei fumaça em noite fria saindo pela sua boca
formando anéis de saturno
Porque amor é assim
Amor não se sufoca
Não se nega
A culpa se perdeu
ao descobrir todo meu amor no seu
MD
domingo, 26 de julho de 2015
430.Enxergando depois de cega
Aqui neste canto
quieta no final do
dia
Acendo uma fogueira
Bebo um vinho
Sinto um frio subentendido na cara
Refrescando pensamento
Reedito velhos sobressaltos e medos
E já não tenho qualquer vestígio de culpa
Liberta agora posso lembrar
Refazer vagarosa os passos
De um caminho florido
Hortências firmes explodem abrindo a primavera
A cada curva e gesto
Revelam-se tons pastéis
Em brotações repentinas
Enquanto as cores vão saltando
Meus olhos míopes
Tornam todos os contrastes e surpresas, amortecidos
Tudo combina agora
Mesmo embaçada
Quando abro os olhos.
Finalmente enxergo tudo.
É milagre!
MDansa
429. Seu nome é amor
Se eu risco seu nome no papel
Ele voa ou amarela
Como qualquer folha
seca de outono
Se eu desenho seu nome junto ao meu
Na casca de alguma árvore
Ela chora pela ferida
E seu nome vira cicatriz
Se eu rabisco seu nome
Pelos muros da cidade
Seu nome se enche de fuligem
E se perde entre os grafites
Se eu grito seu nome
Em alto e bom som
É só eco que escuto
Vão, sem mensagem
Se eu sussurro seu nome
Quieta num canto da casa
Ele vira vento, se revira todo
E some pra algum mar
Ali vai soprar velas
Desbravar terras
E só assim seu nome
chega
Em algum lugar
MDansa
___________________________________________________
A força de qualquer amor
___________________________________________________
A força de qualquer amor
Só vale a pena
Se construir
Amor que se perde
Que não se transmuta em energia
Não é amor
É covardia
MDansa
428. Voltando do Sana
Quando o corpo volta,
Mas a alma continua lá...
Difícil é se conformar
Quando já não há som
Que camufle nos ouvidos
o silêncio do tempo
Ou a música das folhas
Ou o burburinho das águas
(águas que lambiam as pedras
e se integravam nos seus poros de éter
- não há resistência)
Tão difícil fincar os pés
quando os pés ganharam asas
E querem voltar
quando a pele tem sede de se aventurar
Difícil seguir...
Difícil ficar....
Campos 20/07/2015
MDansa
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