quarta-feira, 20 de novembro de 2013

310. garrafas náufragas



Desculpem aqueles que me leem
Releio a poesia cuspida em KBs e fonemas
Ela grita....
Manda mensagens que ecoam na cabeça
enquanto não esqueço
- flashs de memória residual.

Releio e vejo
Sentimentos que não domino
Sensações que não decifro
Emoções que não entendo

Minha pele velha vermelha e rabiscada
encobre uma criança troncha, tonta, torta
Mal resolvida perdida morta
Não sei falar de coisa alguma
Não sei falar de outra coisa
Continuo pedindo socorro
Enfiando em garrafas náufragas
O grito anônimo e solitário
Que flutua errante em busca de respostas

Não há respostas,  
só há mensagens mendicantes indecifráveis
em garrafas sujas arrastadas amarrotadas ignoradas opacas
Um barco de súplicas nadando em mares profundos
Invadindo ilhas desertas, latifúndios alheios improdutivos
Subvertendo rotas em direção a terras estranhas inexploradas
incapazes de decifrar a mensagem
Pois não falam minha língua
 – código indizível... intraduzível...indecifrável...inútil...

Desculpem-me  os que não me entendem
Se, no entanto, intuem solidões longínquas
rondadas pela morte
resignadas em vida....
e sentem a minha dor morna e crônica...
... obrigada!
Talvez sua empatia me salve do esquecimento.
Será que a vida se reduz a sobrevivência
sustentada por esta réstia de esperança?
Quem sabe?
O segredo está bem guardado em garrafas perdidas.....

MDansa

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