Um calmo ritual noturno emana do silêncio
no final do dia quando calam-se todas as vozes
sento-me aqui alheia à rotina
mudando o rumo da noite
me debruçando num mergulho interior
me acendendo luzes intermitentes
para que acendam o céu
Vasculho as pedras, removo destroços
e observo moréias em
profundezas
De onde brotam aquelas luzes íntimas
que piscam para chamar minha atenção
O conhecimento oculto me seduz:
Segredos encobertos
Verdades veladas
Tintas que colorem de branco e preto e mais cores
Aquilo que tenho definido como sendo eu, por ora
O eu que na verdade não sou ,
mas é o mundo impregnado e refletido nos meus olhos
e nos sentimentos que guardo ou jogo fora ou não entendo
ou simplesmente sinto e me enlouquecem
Encontro meu outro, cara a cara, nua,
rasgando cortinas e abrindo as janelas
rasgando cortinas e abrindo as janelas
Do que acho certo ou razoável ou interessante ou sensível
Ou palatável
não preciso carimbar de rótulos a realidade
Procuro entender o
que vai detrás do eu aparente e do eu encoberto
Que heranças fúnebres me foram deixadas por ancestrais
Que me fazem encolhida, escondida e envergonhada?
Ando tão longe daquela luz que pisca
Estou tão distante de qualquer iluminação
Uma alma bruta sem lapidação sem brilho
Que ainda perde o olhar mirando o fogo
Num reflexo atávico e temeroso
Como quem chama a lua de deus
E venera a tempestade.
Me ajoelho ainda ante minha ignorância
E me envergonho profundamente do que não sou
A ignorância é a glória dos deuses
E eles se deliciam com meu medo
MDansa
imagem de http://mundoastral7.blogspot.com.br/2012/01/viagem-astral-o-que-e.html
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