sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

327. Dias repetidos




O tempo parou novamente
Uma espera um tormento

Se sinto parar o tempo
É porque esbarro em emoções
Que me mantêm  presa àquele segundo secular
que me congelam
Não absorvo não transpiro não respiro
alma suspensa
O que virá?

Parada no tempo
Crio bolor em sacos plásticos vedados
Que mostram na sua transparência
a alma estagnada
até  faltar ar e até cessar o vento
o sol a vida
... apodreço

Se paro no tempo
Escutando as mesmas canções repetidas
Ensurdeço
Esqueço
o prazer de descobrir o som da mesma alma
Em novos acordes dissonantes

Se-paro no tempo
os segundos que valeram a pena
Sou alma que baila solitária
Numa caixinha de música
Eternamente
Redundância e desperdício
Ciclo sem fruto
Saco sem fundo
Árvore sem produto
Apenas lembranças recorrentes caras sagradas
Que paralisam
E impedem novos sóis de brilharem

Se me amparo no tempo
Revivendo estas rotinas
Na segurança destes dias preciosos
Não há sobressaltos
Nem surpresas
Nem estragos

O céu se carrega de nuvens
Mas não haverá mais espetáculos de tempestades
Nunca mais choverá

MDansa

imagem: http://www.interne.com.br/informativo/index.php?option=com_content&view=article&id=2476

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