quarta-feira, 3 de julho de 2013

187. Ode à árvore

Toco teu tronco
corpo vigor
Pra trocar
Unificar
Somos, então,
Um
Por um
Minuto

Toco teu tronco
Pra fundir
Fluir/Aproximar
Entender

Me troco...
Falo telepaticamente
Palavras de amor
E suas folhas me ouvem
tremem
E suas raízes se aprofundam
gemem
E sua seiva desliza
Nos vasos
De flores
Que enfeitam minha casa

Troco teu tronco enrugado
Decenário/ Encerado /Encarcerado
por histórias
E amores talhados na casca
que se desenrolam
À sua sombra tosca
Quase fosca

Toco meu tronco pra absorver
sua seiva elaborada
Pura
Nutriz

Toco teu tronco
Pra fotossintetizar energia híbrida
Transduzida em poesia
eólica, bélica, sensual, vegetal
Que se transforma
em movimento contido de galhos
De âmbar, de calangos
Dança do tempo
Dança do ar
Vigilante em minha casa
ponto final onde
Observo
Aprendo

Tudo o que puxa da terra
e devolve ao ar
Por estômatos e raízes vorazes
formando um ciclo infinito
é aquilo que respiro
Que engulo
Que transformo
Em aceitação final
Choro
Abro os olhos e o sol que me cega
faz fotólise da água que escorre.


MDansa

3 comentários:

  1. acho que foi o melhor seu que ja li!
    perfeito!!!
    achei maravilhoso!! a forma
    de se entregar a um corpo assim..
    é dessa forma também que me sinto!
    muito lindo amor!
    parabéns!!!

    uii que tesãoooo!!! rsrsrsrs

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