quinta-feira, 24 de outubro de 2013

266. O Jardineiro



Observo
com olhos compridos e curiosos
aquele jardim
Que o jardineiro cuidadoso rega.

Um movimento de vento
Revira a terra
Poda alguns galhos
Remove os excessos
 
- Varredura e polimento de folhas-

O jardineiro admira...

Cada flor é única enquanto vive
Cada folha expõe sua silhueta contra o sol
A luz revela nervuras fractais
- Repete-se ali o universo
Mas não exatamente -

Observo o jardineiro que molda o jardim
Cria novas fachadas, novas varandas, novas sacadas
vejo transformações:
o bruto trocado
silenciosa e lentamente
pelo elaborado

Seu trabalho não é lida é arte
bela e  apaixonada obra
que as flores sopram espantando poeiras e insetos
Com o oxigênio e o perfume que produzem em suas entranhas
É isso que movimenta as seivas e aquela mão calejada
Numa harmonia infinita, dança bendita

Sua arte é única, mas não exatamente a mesma que vejo
Nas árvores nas peles e nos sonhos
Em nuvens e neves
caos e ordem repetidamente se confundem
É a matemática brincando eternamente de repetir equações
E desvendar segredos e padrões

A mente brilha e mais uma flor desabrocha.

MDansa

Nenhum comentário:

Postar um comentário