Observo
com olhos compridos e curiosos
com olhos compridos e curiosos
aquele jardim
Que o jardineiro cuidadoso rega.
Um movimento de vento
Revira a terra
Poda alguns galhos
Remove os excessos
- Varredura e polimento de folhas-
O jardineiro admira...
Cada flor é única enquanto vive
Cada folha expõe sua silhueta contra o sol
A luz revela nervuras fractais
- Repete-se ali o
universo
Mas não exatamente -
Observo o jardineiro que molda o jardim
Cria novas fachadas, novas varandas, novas sacadas
vejo transformações:
o bruto trocado
silenciosa e lentamente
pelo elaborado
silenciosa e lentamente
pelo elaborado
Seu trabalho não é lida é arte
bela e apaixonada obra
que as flores sopram espantando poeiras e insetos
Com o oxigênio e o perfume que produzem em suas entranhas
É isso que movimenta as seivas e aquela mão calejada
Numa harmonia infinita, dança bendita
Sua arte é única, mas não exatamente a mesma que vejo
Nas árvores nas peles e nos sonhos
Em nuvens e neves
caos e ordem repetidamente se confundem
É a matemática brincando eternamente de repetir equações
E desvendar segredos e padrões
A mente brilha e mais uma flor desabrocha.
MDansa
Nenhum comentário:
Postar um comentário