quinta-feira, 24 de outubro de 2013

265. Trilhas noturnas


Abre-se uma picada, 
descubro uma trilha
Ali onde eu corro
até fatigar músculos e paciência
me perco ...
Um sol penoso e final
me castiga e desidrata

Anoitece enfim...
A noite umedece meus lábios
Deito para agradecer orvalhos
e aprender a posição de cada estrela
no céu iluminado.
Meu choro embaçando toda visão,toda saída

Já perdi as contas e as constelações
Sinto meus olhos arderem
pesados, exaustos de chorar 
de perseguir estrelas invisíveis

Chorarei ...
Até que não reste nenhuma dúvida
Nenhuma pergunta
Nenhuma dor
Nenhum arrependimento
Nenhuma indolente secreção lacrimal
Pra escorrer dos olhos
E salgar a boca amarga

O céu cai em gotas 
como cometas apressados
que me entram pela boca
Ou esta sensação de abismo sou eu 
que despenco em direção às estrelas?


MDansa

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