Suas ações são astutas
Suas mãos são afoitas
nossas vozes são surdas
nossas águas são turvas
Sua alma me açoita
Suas tristezas são graves
Suas ausências são chaves
Suas dores charadas
Suas tardes soturnas
Suas viagens noturnas
E as meninas caladas
Suas preces são parcas
Suas borboletas, monarcas
Suas faces estão rubras
Suas palavras fecundas
Suas manchas profundas
Todas as cores são marcas
Seus sorrisos são charadas
Seus gritos são grutas
Suas grutas violadas
Seus pecados são lentes
Do seu mundo indecente
e sua prece profanada
Uma ideologia exilada
Um futuro delirante
Uma passada atrasada
um coração vacilante
um destino itinerante
uma liberdade usurpada
Se meus sentidos forem ágeis
Minhas certezas forem frágeis
E o meu amor eu declare
Há de chegar o momento
Que sem causar sofrimento
nosso segredo escancare
MDansa
imagem: http://www.bioenciclopedia.com/mariposa-monarca/
Nenhum comentário:
Postar um comentário