domingo, 1 de maio de 2016

456. Suas

Nossas noites são curtas
Suas ações são astutas
Suas mãos são afoitas
nossas vozes são surdas
nossas águas são turvas
Sua alma me açoita

Suas tristezas são graves
Suas ausências são chaves
Suas dores charadas
Suas tardes soturnas
Suas viagens noturnas
E as meninas caladas

Suas preces são parcas
Suas borboletas, monarcas
Suas faces estão rubras
Suas palavras fecundas
Suas manchas profundas
Todas as cores são marcas

Seus sorrisos são charadas
Seus gritos são grutas
Suas grutas violadas
Seus pecados são lentes
Do seu mundo indecente
e sua prece profanada

Uma ideologia exilada
Um futuro delirante
Uma  passada atrasada
um coração  vacilante
um destino itinerante
uma liberdade usurpada

Se meus sentidos forem ágeis
Minhas certezas forem frágeis
E o meu amor eu declare
Há de chegar o momento
Que sem causar sofrimento
nosso segredo escancare

MDansa

imagem: http://www.bioenciclopedia.com/mariposa-monarca/

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