Silenciosa
Amedrontada
Acuada
A loucura fica, é faca
Que fere o coração
Me asilo me abrigo
Enquanto minha carne delira
Enquanto minha pele suspira
adoece, amolece, apodrece
adoece, amolece, apodrece
Vergonha anunciada
denunciada renunciada
denunciada renunciada
Na calada da noite ou
Na clandestinidade dos dias
O tempo desperdiçado deixa marcas
Passa nos meus olhos pele boca cabelo cores e sorriso
Desbotando sabotando
Tudo....
Silenciosamente me recolho
Pra não alardear minha insana idade
Do meu sigilo escapam ruídos
Alego males do corpo
Pra camuflar a alma
Pra desdenhar a sina
Pra desfocar a mira
Pra desfocar a mira
Provoco a ira dos
deuses
Que em silêncio reconhecem meus pecados
E me condenam
E me abominam
Minhas mucosas esfoladas ardem
Sangram
Escorrem fluidos infectos ilegalidades obscenidades
Que minam de dores intumescidas e cavidades edemaciadas
De abominações gestadas nas ondas elétricas
Que caminham pelo tecido neural
recolhendo horrores metálicos...
Paro e não sei mais de onde eu vim.
Em que ponto me desviei?
Que marcas e sinais, ignorei?
Qual é o sentido de permanecer imune e triunfar?
Qual o sentido de se deixar perder e revelar?
Qualquer caminho leva ao remorso e ao arrependimento
As dores são inevitáveis
Porque as escolhas não aceitam perdão
MDansa
Nenhum comentário:
Postar um comentário