quinta-feira, 20 de março de 2014

366. Realidade Fantástica


Como estes dragões chegaram até aqui?
Eles me atingiram e golpearam pelas costas
Respingaram suas gotas venenosas
Em enxurradas lavras vivas
alegorias
Que me arrebataram
Que me arrebentaram
que me arremessaram
que me derrubaram
que me incineraram
que me derrotaram
que me tonalizaram o vermelho de um sangue
Suaves traços de paixão
Pra confundir vida e morte
Em minhas vestes
E ultrapassar todos os limites do entendimento
Nada é o que parece
Tudo poderia  ser  vivido
Tudo poderia  ser possível
Tudo poderia ser imaginado
Fantasias intrusas
Marcos geográficos viajantes itinerantes
Referências que mudam de lugar
Desmistificando o que eu quero, o que é certo
E o que é erro
Tudo parece tão factível e perfeito
Tão triste e torpe
Tão real e distorcido
Tão dramático...

Vou sentindo uma perturbação
Ao meu redor
Ao que não se move do lugar e ali permanece
(ou só me acostumei a pensá-lo ali?)
Recrio imagens  sagradas com o canto de olhos...
Os lugares mudam
Eu mudo de lugar
As coisas mudam de mim
Os espaços estão tão diferentes
Das minhas lembranças catalogadas da infância
Vejo que o fantástico é somente o que desconserta minha história
E afrouxa minhas certezas

Relaxo e aprendo tudo de novo


MDansa

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