domingo, 26 de julho de 2015

430.Enxergando depois de cega

Aqui neste canto
quieta no final do dia
Acendo uma fogueira
Bebo um vinho
Sinto um frio subentendido na cara
Refrescando pensamento
Reedito velhos sobressaltos e medos
E já não tenho qualquer vestígio de culpa

Liberta agora posso lembrar
Refazer vagarosa os passos
De um caminho florido
Hortências firmes explodem abrindo a primavera
A cada curva e gesto
Revelam-se tons pastéis
Em brotações repentinas
Enquanto as cores vão saltando

Meus olhos míopes
Tornam todos os contrastes e surpresas, amortecidos

Tudo combina agora
Mesmo embaçada
Quando abro os olhos.
Finalmente enxergo tudo.

É milagre!

MDansa

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