domingo, 29 de setembro de 2013

257. Algoz



O que me fez fugir
Foi a vergonha que senti

O que me fez encolher
murcha e tremula
Foi você dizer que eu não era nada

O que fez eu me sentir assim
Foi sua arrogância
Que manipulava minha lucidez
Pra me fazer pequena e vulgar
Aos seus pés
Desacreditada e perdida de mim mesma

Mas eu fugi...
finalmente eu fugi do medo e da fé que tinha em você
Pra procurar a minha própria verdade
E tentar enxergar o que em mim era realmente meu
E o que em mim era uma imagem distorcida no seu espelho

Procurei outros ares
Velejei outros mares
Fugi das rotinas e das certezas
Escapei da sua verdade

Olhei pro mundo e pra mim mesma
Pra encontrar a mulher que eu sou
E que você nunca enxergou
Que você enterrou
Procurando aquela que você queria que eu fosse
E que eu não era e nunca serei

Quebrei as correntes que me prendiam ao seu ideal
e ao meu remorso
Pra acreditar em mim
Com meus defeitos
Com meus enredos
Com minha poesia
Que não significava nada pra você
E por isso eu me calei, muda e envergonhada

Hoje redescobri a poesia
E este reencontro é um resgate estrondoso com o que sempre fui
Que não depende de você nem de ninguém

É minha esta vida... me apoderei dela.
Ser eu mesma valeu qualquer sacrifício
Finalmente sou livre pra me olhar de frente
Vasculhar minha alma em busca do que penso
do que sinto
Sem remorso, sem questionamentos

Poetiso enfim como um grito, uma resposta corajosa, catarse
A quem por tantos anos me calou, me cegou, me encarcerou
Mas não me venceu
Eu continuo aqui desabrochando....

MDansa

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