sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Cura (Katia Fernandes)

Não faz muito, vertia choro
(Lamúria úmida, por entre brechas)

Não faz tanto, se apertava em pranto
(Lamento tímido, por entre frestas)

Por se crer, emergiu de dores
(Torpores sórdidos, à deriva)

Só há pouco, retomou seu pulso
(Batidas trôpegas, de dádivas)

Só a sós, recobrou sua força
(Ritmo cálido, em novas notas)

Com o tempo, ressurgiu em flores
(Pétalas íntimas, em hastes)

Com a vida, se deixou curar
(Abraços prósperos, à espreita)

Por se ser, fez-se fruto
(Néctar exótico, a beija-flores)

E sem perceber, irradiava amores
(Ardores vívidos, em profusão)

Ah! Meu coração....

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