Afinam suas trompas, violinos
Enrolando em cachos, os seus tão finos
Sonhos, assombros e quimeras.
...e enquanto batem tambores, os meninos...
Os cabelos ela alinha, ainda em terra
pra lançar-se altiva aos mares, em guerra,
em busca dos prazeres tão divinos.
Arrisca-se às voadoras lanças
Carrega ferida a sua criança...
às vezes morta, sonhadora...
E já no mar ao mar se entrega
Deixando longe a velha praia segura
Mergulha, afoga-se e bem profundo navega
pra respirar despida, inteira, viva, impura
Bem em frente à dupla face da megera
Calor, frio.... Primavera
a dor e a cura, um novo dia...
E, em fúria, flor e fantasia
O deixar de ser deixa de haver
No prazer que há de quem lhe quer
e morto enfim o sonho de voltar a ser
nesce então de vez uma mulher.
S. Dansa (outra gota no mar de dansas)
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