A poesia me incomoda
É inconstante
É invasiva
Vem nas horas mais impróprias
E martela na cabeça
suplicando pra sair
pela boca pelos dedos
pelo peito que explode
pela boca pelos dedos
pelo peito que explode
A poesia me cansa
Tenho por ela
uma mistura de enfado e desprezo
Tenho que estar louca pra achar
Que isso vale alguma coisa
Tão íntima
Tão inútil
quase ridícula
quase ridícula
A poesia me arrasta
Pra lugares
Que não quero frequentar
Me ver como poeta
Quando poetas são tão estúpidos
Me faz entender que eu sou tão estúpida...
A poesia me expõe
Ao mesmo tempo que me envergonho
E me escondo
Preciso que você me leia
Me entenda
Me justifique
Me tranquilize
Afinal é só pra isso que escrevo
Pra que você continue achando que me ama
MDansa
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