sexta-feira, 22 de agosto de 2014

400. falar de que?

dos suores quando escorrem

afogando certos amores

da minha pele que desafina
quando o inverno passa assim
quando o inferno passa por mim
tão quente e tão frio
quase meio tom

da carne quando queima febril
da fumaça, da bruma, do vapor que entorpece
da névoa da noite
da cama
das suas costas

Do que é só febre descontrolada
fumegando de células desacopladas
Falar do corpo descompassado
da pele ardendo ruborizada

não não é mais de vergonha
apenas me acostumei com o medo
apenas queimo
sem discernimento
sem razão
toda ilusão

do que me irradia
como reflexo de lua
oferta aos orixás

de histórias narradas
de sombras ensimesmadas
de sobras metálicas
de tardes melancólicas
de dobras metabólicas

que seguem a via errada
entropia desavisada
onde perco me perco
e não falo
não falo

Mdansa


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