sábado, 5 de janeiro de 2013

75. Verão



As cigarras estão cantando
Com tamanha força
Que é possível que o dia
Se derreta ao sol que o canto anuncia

As cigarras cantam o verão
Do fim do mundo
Que renasceu em tal esplendor
Que seu brilho ofusca insuportável
E consome em chamas o dia

As cigarras quase gritam
Um calor de inferno de deserto
Calor de sertão
De floresta equatorial
Com suas mazelas e sequelas
Febres terçãs, Delírios
Sabem que só há um caminho: a redenção

As cigarras anunciam o verão
Calor de pedra
Estático
Insondável
Impenetrável
Indelével

O dia passa
A noite chega
E as cigarras dormem agora

MDansa

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