terça-feira, 29 de novembro de 2016

470. Escorrega


Escorrego daqui e me vejo no chão
Em uma viagem atônita sem folga sem folego
Escorrego por milhares de vãos, ondulações sensoriais
Dobras do tempo azeitadas e gordurosas
Escorrego entre verdades serosas impermeáveis
E me estraçalho em mentiras itinerantes impenetráveis

Tolero segredos sinceros vestidos de dourado
Até que eu corra perigo
E o freio falhe E o abismo eu aviste
E o futuro eu vislumbre sem volta Enquanto escorrego
Com a poesia mórbida entre os dentes
Arauto do fim, Profeta do caos, Mecânica de dedos e letras
Cuja força e certeza violentam cada tecla enquanto rebatem
Ritmicamente, profundamente
enquanto você se debate
tentando escapar
Violeta mente
Via lenta rente
Via certa lente
Via letra gente
Vislumbre que é lúgubre
Deslumbre que é fúnebre
Luz Tombo Portal
Saída Conclusão Final
Tino destino Umbral
Me esborrachei até aqui e não vou muito longe

MDansa

20/08/2016

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